quarta-feira, 21 de julho de 2010

Qualidade de Vida: stress no trabalho e a relação com os filhos


Este é um artigo publicado por Marciliana Corrêa no site do Instituto de Psicologia Comportamental da Universidade de São Carlos sobre a influência do stress na vida das pessoas e consequentemente no desenvolvimento dos filhos.
Publicado por Ipc em 10/7/09

O trabalho é uma fonte importante de autoestima e as pessoas mais satisfeitas com seu trabalho tem melhor saúde mental (Robbins, 1998). Porém nos dias de hoje observamos que cada vez mais pessoas estão insatisfeitas com seu trabalho e tem dificuldade de equilibrar vida pessoal e profissional, muitas vezes relegando ao segundo plano a vida pessoal. Esta situação pode trazer impactos negativos, não só para a própria pessoa, mas também no relacionamento e no desenvolvimento dos filhos.

É interessante notar que conforme a Teoria Bioecológica de Bronferbrenner (1996) o desenvolvimento da criança não é influenciado somente pelos fatos que acontecem nos ambientes nos quais ela passa a maior parte do tempo (como na escola ou em casa), mas em ambientes nos quais os pais convivem e a criança pouco freqüenta, como o ambiente de trabalho do pai. Este ambiente tem efeito indireto sobre o modo de vida das famílias e também sobre o desenvolvimento da criança.

Isso está relacionado com o que observaram Warren e Johnson (1995) que quando homens e mulheres exercem atividade remunerada fora do lar, a demanda de tempo e energia para conciliar obrigações familiares e profissionais é um fator de estresse que pode contribuir para o aumento da ansiedade e sentimento de culpa em relação à educação dos filhos.

Além disso, quando o estresse no trabalho enfrentado pelos pais ou pelas mães é elevado, isto influencia diretamente no bem-estar da família, pois contribui para um aumento da freqüência de práticas punitivas e agressivas destes para com os filhos, com maior insensibilidade aos seus problemas conforme Chen, Langer, Raphaelson e Matheus (2004), Conger et AL. (2002). Isto é facilmente observável pelo relato de profissionais que dizem não ter paciência para lidar com seus filhos e quando chegam em casa querem apenas descansar.

A maioria dos pais (homens) quer passar mais tempo com os filhos, mas não pode, porque ainda tem o papel de provedor financeiro (Costa, 2002. Dessen &Lewis, 1998; Engle & Breax, 1998; Lamb, 1997; Taylor & Daniel, 2000). Provavelmente o mesmo vale para as mães que trabalham fora.

Condições de trabalho influenciam diretamente na vida pessoal e familiar do indivíduo (Conger et AL. 2002; Gottlieb et AL, 1998), ou por demandarem o tempo que deveria ser dedicado a vida pessoal ou pelas condições de trabalho que geram estresse.

Deste modo, procurar formas de reduzir o estresse e conciliar vida pessoal e profissional pode ser benéfico aos pais e aos filhos. Pais realmente preocupados com o desenvolvimento e com o bem estar dos filhos deveriam estar mais atentos às suas condições de trabalho e como elas podem impactar negativamente sua família.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Transtorno Obsessivo-Compulssivo

Muitos são nossos comportamentos no dia a dia. Diante da variedade de situações vivenciadas, emitimos também uma variedade de respostas no decorrer de nossos aprendizados.

Alguns desses comportamentos, se ocorridos de maneira a desequilibrar nossas vidas, devem ser observados com mais cuidado e atenção.

Se começa a existir uma verificação constante de portas, janelas, gás de cozinha; necessidade em lavar as mãos com frequência; verificar extratos bancários mais vezes do que o necessário; necessidade de limpar lugares que acabaram de ser limpos; entre tantas outras situações, podemos estar diante de um quadro de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

O TOC, composto por obsessões e compulsões, é caracterizadocomo um transtorno mental, ligado à ansiedade e traz para a pessoa uma rotina de vida cheia de repetições, incômodos e exageros.

Podemos dizer que o indivíduo portador de TOC, apresenta algumas obsessões, que são seus pensamentos ruminativos (como por exemplo: se não tranquei a janela, pode acontecer alguma coisa) e para aliviar esses pensamentos e todas suas sensações desagradáveis, a pessoa passa a apresentar compulsões (como exemplo: verificar a todo momento se a janela está trancada).

A rotina dessa pessoa passa a ser permeada por emissão de determinados comportamentos de forma repetitiva para aliviar toda a aflição e desconforto causados pelas obsessões.

É necessário, diante deste quadro, procurar ajuda (médica e psicológica) para que o indivíduo possa vivenciar sua vida com qualidade e tranquilidade.